Falece Manoel Chagas pai do governador Marcelo Déda
Manoel Chagas estava internado no Hospital São Lucas há dois meses e faleceu nesta madrugada 06/09/11
Faleceu na madrugada desta terça-feira, 06, o senhor Manoel Chagas, pai do governador de Sergipe, Marcelo Déda. Manoel Chagas estava internado há dois meses no Hospital São Lucas, na Zona Sul da capital, após ter sofrido uma queda em sua residência.
O corpo de Manoel Chagas está sendo velado no Cemitério Colina da Saudade, onde será sepultado às 16h.
PMA pede ilegalidade da greve dos professores 15/08/2011
Prefeitura de Aracaju entra com ação na justiça pela ilegalidade da greve dos professores
O secretário municipal da Educação, Antônio Bittencourt Júnior, divulgou em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira, 15, na sede da Semed, que a Prefeitura de Aracaju (PMA) entrou com ação na justiça pela ilegalidade da greve dos professores, deflagrada pelo Sindicato dos Profissionais do Ensino do Município de Aracaju (Sindipema) há exatos 64 dias. A Procuradoria Geral do Município vai pedir que o Tribunal de Justiça do Estado reconheça a ilegalidade da paralisação e solicite à categoria o retorno às aulas o mais breve possível.
De acordo com o secretário da Educação, a PMA sempre se colocou à disposição do Sindipema para avaliar suas pautas de reivindicações e buscar melhorias na qualidade do ensino. "Desde o dia 13 de junho, quando o sindicato deflagrou greve, que a prefeitura vem buscando manter um diálogo saudável com os professores. A pedido do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, sugerimos a formação de uma comissão para analisar as propostas do sindicato, mas não obtivemos sucesso", explicou minuciosamente.
Segundo Bittencourt, o Sindipema apresenta uma interpretação destoante sobre o cumprimento do piso do magistério. "A prefeitura de Aracaju está dentro da lei e cumpre o piso do magistério. O entendimento do sindicato é que o reajuste de 15,85% concedido ao piso fosse replicado a toda a categoria dos professores. Mas a PMA já reajustou o piso nesse percentual e nenhum dos professores da rede municipal recebe menos que o piso nacional de R$ 1.187", afirmou categoricamente. Para ele, as preocupações com a qualidade do ensino não se prendem apenas com a questão salarial dos professores.
"Já gastamos aproximadamente R$ 36 milhões, o que representa quase 100% dos recursos enviados pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), destinados para a folha de pagamento deste ano. Além disso, temos ainda inúmeras ações igualmente relevantes para dar continuidade às ações da secretaria da Educação como ampliação e reformas de 17 escolas", disse.
O secretário destacou também a implementação do programa do governo federal ‘Um computador por aluno' (UCA) e a iniciativa de favorecer os professores da rede municipal com um computador. "Para viabilizar melhor nossas ações, estamos criando uma ouvidoria para atender estudantes, pais de alunos e sociedade e desenvolvendo núcleos de esporte e cultura afro-descendente na rede municipal de ensino", esclareceu o secretário, afirmando que essas ações só terão sentido com o funcionamento das escolas.
Sobre a polêmica do boicote ao Desfile Cívico Estudantil oficializado pelo Sindipema, Antônio Bittencourt Júnior foi contundente: "Segundo repercussão na imprensa, o sindicato dos professores recomendou o boicote ao evento. Tenho sido um crítico ferrenho dessa atitude. Entendo tal comportamento como um desrespeito à tradição cívica. O desfile representa a história, a cultura e a identidade do povo de Aracaju, é uma aula pública. Reafirmo que essa atitude nunca existiu nem nos períodos de Ditadura Militar".
Prejuízos
Bittencourt explicou também que a ausência de aulas, como consequência da greve dos professores, implica em uma série de prejuízos para os alunos, pais de alunos, professores e coordenadores escolares. "Teremos um grande trabalho para recompor o calendário acadêmico, sendo que parte desses prejuízos deverá ser minimizada. Muitos recursos federais ficarão impossibilitados de serem repassados para a escola e tantos outros problemas em função da greve. A ‘Prova Brasil', que tinha data prevista para novembro e avalia o aprendizado dos estudantes, também está inviabilizada por causa da greve". Para finalizar, o secretário da Educação disse que é cobrado todos os dias pela imprensa, por pais de alunos e pela sociedade sobre a resolução desse impasse com os professores.
"Venho sendo cobrado diuturnamente ao longo desses dois meses de greve. São insatisfações de pais que não têm onde deixar seus filhos, coordenadores escolares buscando resolução e imprensa realizando seu papel social. A valorização dos professores é um compromisso da atual gestão. As negociações continuam abertas, mas a greve precisa ser imediatamente encerrada. Questiono ainda se o sindicato diz que a PMA não paga o piso nacional na forma da Lei por que não entra na justiça com ação de ilegalidade? Reafirmo, portanto, que nenhum professor da rede de ensino de Aracaju ganha menos que salários no valor de R$ 1.187, conforme determina a Lei", concluiu.
De acordo com o secretário da Educação, a PMA sempre se colocou à disposição do Sindipema para avaliar suas pautas de reivindicações e buscar melhorias na qualidade do ensino. "Desde o dia 13 de junho, quando o sindicato deflagrou greve, que a prefeitura vem buscando manter um diálogo saudável com os professores. A pedido do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, sugerimos a formação de uma comissão para analisar as propostas do sindicato, mas não obtivemos sucesso", explicou minuciosamente.
Segundo Bittencourt, o Sindipema apresenta uma interpretação destoante sobre o cumprimento do piso do magistério. "A prefeitura de Aracaju está dentro da lei e cumpre o piso do magistério. O entendimento do sindicato é que o reajuste de 15,85% concedido ao piso fosse replicado a toda a categoria dos professores. Mas a PMA já reajustou o piso nesse percentual e nenhum dos professores da rede municipal recebe menos que o piso nacional de R$ 1.187", afirmou categoricamente. Para ele, as preocupações com a qualidade do ensino não se prendem apenas com a questão salarial dos professores.
"Já gastamos aproximadamente R$ 36 milhões, o que representa quase 100% dos recursos enviados pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), destinados para a folha de pagamento deste ano. Além disso, temos ainda inúmeras ações igualmente relevantes para dar continuidade às ações da secretaria da Educação como ampliação e reformas de 17 escolas", disse.
O secretário destacou também a implementação do programa do governo federal ‘Um computador por aluno' (UCA) e a iniciativa de favorecer os professores da rede municipal com um computador. "Para viabilizar melhor nossas ações, estamos criando uma ouvidoria para atender estudantes, pais de alunos e sociedade e desenvolvendo núcleos de esporte e cultura afro-descendente na rede municipal de ensino", esclareceu o secretário, afirmando que essas ações só terão sentido com o funcionamento das escolas.
Sobre a polêmica do boicote ao Desfile Cívico Estudantil oficializado pelo Sindipema, Antônio Bittencourt Júnior foi contundente: "Segundo repercussão na imprensa, o sindicato dos professores recomendou o boicote ao evento. Tenho sido um crítico ferrenho dessa atitude. Entendo tal comportamento como um desrespeito à tradição cívica. O desfile representa a história, a cultura e a identidade do povo de Aracaju, é uma aula pública. Reafirmo que essa atitude nunca existiu nem nos períodos de Ditadura Militar".
Prejuízos
Bittencourt explicou também que a ausência de aulas, como consequência da greve dos professores, implica em uma série de prejuízos para os alunos, pais de alunos, professores e coordenadores escolares. "Teremos um grande trabalho para recompor o calendário acadêmico, sendo que parte desses prejuízos deverá ser minimizada. Muitos recursos federais ficarão impossibilitados de serem repassados para a escola e tantos outros problemas em função da greve. A ‘Prova Brasil', que tinha data prevista para novembro e avalia o aprendizado dos estudantes, também está inviabilizada por causa da greve". Para finalizar, o secretário da Educação disse que é cobrado todos os dias pela imprensa, por pais de alunos e pela sociedade sobre a resolução desse impasse com os professores.
"Venho sendo cobrado diuturnamente ao longo desses dois meses de greve. São insatisfações de pais que não têm onde deixar seus filhos, coordenadores escolares buscando resolução e imprensa realizando seu papel social. A valorização dos professores é um compromisso da atual gestão. As negociações continuam abertas, mas a greve precisa ser imediatamente encerrada. Questiono ainda se o sindicato diz que a PMA não paga o piso nacional na forma da Lei por que não entra na justiça com ação de ilegalidade? Reafirmo, portanto, que nenhum professor da rede de ensino de Aracaju ganha menos que salários no valor de R$ 1.187, conforme determina a Lei", concluiu.
Denúncia do Fantástico
Cerca de 60% do lixo hospitalar são descartados de maneira inadequada
Para conseguir os flagrantes, viajamos para cidades do Sudeste, do Centro-Oeste e do Nordeste. Encontramos resíduos médicos queimados, sem tratamento, lixo hospitalar enterrado em uma vala comum.
Foi em Aracaju, a capital sergipana, que flagramos lixo hospitalar sendo enterrado, sem nenhum tratamento. Registramos tudo, passo a passo. Primeiro, os resíduos saem do Hospital Estadual de Urgência, um dos principais de Sergipe. Depois, tudo é jogado no lixão da cidade. “Totalmente ilegal. Não existe licença dos órgãos ambientais responsáveis e é uma atividade que está se tornando pior e medidas precisam ser adotadas”, aponta a promotora de Justiça Adriana Ribeiro Oliveira.
Em nota, a empresa que faz a coleta do lixo hospitalar em Aracaju disse que foi contratada apenas para recolher e transportar os resíduos até o aterro. O lixão de Aracaju fica a cerca de 4,5 quilômetros do aeroporto. A lei determina que, por segurança, aterros e aeroportos devem ficar separados por pelo menos 20 quilômetros.
Nossa equipe sobrevoou a área e viu o perigo de perto. Há muitos urubus. Desde 2005, o Ministério Público pede o fechamento do lixão. Desse período até agora, houve 26 colisões entre aviões e aves na região. Só este ano, foram 12. A prefeitura de Aracaju diz que tem um projeto pronto de um novo aterro, mas falta a licença ambiental.
A presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos, Lucimara Passsos, afirma que, se o lixão for fechado, não tem onde por lixo.
“O que não dá para permanecer são as duas situações no mesmo local. Ou fecha o aeroporto ou fecha o lixão”, afirma o promotor de Justiça Carlos Henrique Siqueira Ribeiro.
O destino agora é São Paulo. Durante a apuração dessa reportagem, nossa equipe esteve em cinco dos principais hospitais públicos da capital paulista. Encontramos irregularidades no Hospital São Paulo, um dos mais importantes da rede pública, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em uma área, fica o lixo contaminado, que depois é recolhido em caminhões próprios. Até então, está tudo aparentemente correto. Já no depósito de lixo comum, havia um saco com líquido, aparentando ser sangue.
Nossos produtores conversam com um funcionário da limpeza do Hospital São Paulo. Eles mostram o soro sendo descartado no lixo comum. E o funcionário diz está surpreso.
“Ele tem características de lixo hospitalar. Ele tem seringas e cateteres. Não deveria estar no lixo comum”, aponta o professor Arlindo Philippi Junior, da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Procuramos a direção do Hospital São Paulo. Em nota, disse que não existe descarte de lixo infectante com o comum e que esse tipo de resíduo é acondicionado em local apropriado e isolado.
Diante de tantos riscos para a saúde pública, qual seria a solução? Para o Ministério do Meio Ambiente, a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrou em vigor em dezembro passado, pode ajudar.
Até 2014, os lixões devem ser substituídos por aterros sanitários devidamente organizados e fiscalizados. “É um problema histórico que, para ser resolvido, vai levar alguns anos. Certamente, há contaminação do solo, do subsolo e do meio ambiente de uma forma mais geral. Portanto, é um problema ambiental bastante grave”, destaca o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki.
Em nota, a empresa que faz a coleta do lixo hospitalar em Aracaju disse que foi contratada apenas para recolher e transportar os resíduos até o aterro. O lixão de Aracaju fica a cerca de 4,5 quilômetros do aeroporto. A lei determina que, por segurança, aterros e aeroportos devem ficar separados por pelo menos 20 quilômetros.
Nossa equipe sobrevoou a área e viu o perigo de perto. Há muitos urubus. Desde 2005, o Ministério Público pede o fechamento do lixão. Desse período até agora, houve 26 colisões entre aviões e aves na região. Só este ano, foram 12. A prefeitura de Aracaju diz que tem um projeto pronto de um novo aterro, mas falta a licença ambiental.
A presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos, Lucimara Passsos, afirma que, se o lixão for fechado, não tem onde por lixo.
“O que não dá para permanecer são as duas situações no mesmo local. Ou fecha o aeroporto ou fecha o lixão”, afirma o promotor de Justiça Carlos Henrique Siqueira Ribeiro.
O destino agora é São Paulo. Durante a apuração dessa reportagem, nossa equipe esteve em cinco dos principais hospitais públicos da capital paulista. Encontramos irregularidades no Hospital São Paulo, um dos mais importantes da rede pública, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Em uma área, fica o lixo contaminado, que depois é recolhido em caminhões próprios. Até então, está tudo aparentemente correto. Já no depósito de lixo comum, havia um saco com líquido, aparentando ser sangue.
Nossos produtores conversam com um funcionário da limpeza do Hospital São Paulo. Eles mostram o soro sendo descartado no lixo comum. E o funcionário diz está surpreso.
“Ele tem características de lixo hospitalar. Ele tem seringas e cateteres. Não deveria estar no lixo comum”, aponta o professor Arlindo Philippi Junior, da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Procuramos a direção do Hospital São Paulo. Em nota, disse que não existe descarte de lixo infectante com o comum e que esse tipo de resíduo é acondicionado em local apropriado e isolado.
Diante de tantos riscos para a saúde pública, qual seria a solução? Para o Ministério do Meio Ambiente, a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, que entrou em vigor em dezembro passado, pode ajudar.
Até 2014, os lixões devem ser substituídos por aterros sanitários devidamente organizados e fiscalizados. “É um problema histórico que, para ser resolvido, vai levar alguns anos. Certamente, há contaminação do solo, do subsolo e do meio ambiente de uma forma mais geral. Portanto, é um problema ambiental bastante grave”, destaca o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki.
Educação convoca professor para o trabalho 11/06/2011
Os professores da rede estadual de ensino afirmam que manterão a greve, mesmo após a convocação feita pela Secretaria de Estado da Educação (SEED) para que retornem ao trabalho na próxima segunda-feira, dia 13 de junho.
A secretaria informou que se a greve continuar tomará medidas legais e cortará o ponto dos professores que não comparecerem às aulas.Os professores alegam que a greve está amparada pela lei, pois não foi considerada ilegal pela justiça e por esta ração a paralisação continua por tempo indeterminado.
Na quinta-feira, 09, o projeto de lei que paga parceladamente o piso nacional para o magistério foi aprovado pela Assembleia Legislativa em uma sessão tumultuada marcada por protestos da categoria que durante a semana ocuparam as galerias da Casa buscando apoio parlamentar contra a votação.
Para os professores, o projeto encaminhado pelo governo à assembleia é inconstitucional, negando conquistas como plano de carreira da categoria.
O sindicato da categoria afirma que a tentativa de cortar o ponto é uma forma de intimidar os professores e o magistério não aceitará. Não houve decisão judicial dizendo que a greve dos professores é ilegal, inclusive antes de entrar em greve o SINTESE entrou com uma ação para garantir a legalidade da greve e até agora o Tribunal de Justiça não se pronunciou.Os professores continuam em greve, pois acreditam que seus direitos foram desrespeitados. A revisão do piso é para todos e não pode ser dividida, disse a presidenta do SINTESE, Ângela Maria de Melo.
Na próxima terça-feira, 14, os professores da rede estadual farão o fogueirão do parcelamento a partir das 8h na Praça Fausto Cardoso. Os educadores farão uma queima simbólica do governo do Estado e dos 17 deputados que votaram contra os professores.No mesmo dia, às 14h, no Instituto Histórico, os professores se reúnem em assembleia.Com a aprovação do projeto, o setor jurídico do SINTESE já faz estudos para impetrar uma ação judicial pedindo a inconstitucionalidade do projeto de lei. A greve já dura 20 dias.
Se fosse a garota do Tchan, ninguém falava nada', disse poeta ao G1.
Araripe Coutinho, 42, tirou fotos dentro do Palácio Museu Olímpio Campos.
O poeta e escritor Araripe Coutinho, 42, fotografado nu dentro do Palácio Museu Olímpio Campos, em Aracaju, afirmou, nesta terça-feira (24), ser vítima de preconceito depois que suas fotos foram parar na internet e provocaram polêmica em Sergipe. A Secretaria da Casa Civil de Sergipe abriu sindicância para apurar como as fotos foram tiradas dentro do prédio público.
“Não consigo sair de casa. Estão achando que é um acontecimento fantástico. Se fosse um cara musculoso ou a garota do Tchan, ninguém falava nada. Mas como eu sou ‘boteriano’...”, afirma referindo-se ao pintor colombiano, famoso pela crítica social feita em figuras rotundas, redondas. “Não tinha porque tirar uma foto de terno e gravata. Eu queria que as pessoas dissessem: ‘o poeta está nu’, porque toda minha poesia é assim, despojada de qualquer conceito”

O poeta e escritor Araripe Coutinho, fotografado nu
dentro do Palácio Museu Olímpio Campos,
em Aracaju (Foto: Reprodução/TV Globo)
dentro do Palácio Museu Olímpio Campos,
em Aracaju (Foto: Reprodução/TV Globo)
O poeta diz que tirou as fotos em 2005, quando o museu estava fechado, e que a divulgação não foi intencional. “Você manda para um amigo, que manda para outro, aí coloca no Facebook. Não havia intenção, isso já existia há tanto tempo”, afirma Coutinho.
“O museu estava completamente detonado. Como eu ia fazer meus 20 anos de literatura, resolvi fazer uma visita a Botero, Caravaggio, Modigliani, no mobiliário belíssimo no museu. Não há nada de imoral nas fotos, nada de aviltante, são hipercomportadas”, afirma. “Porque eu não mostro nada, não mostro nem a bunda. Apenas tirei a foto com a flor na frente, bem boteriana, bem bonita.”
Para Coutinho, a reação exagerada a sua “obra” é fruto do preconceito. “Porque é gay, porque é no museu, porque é gordo... Como teve essa empáfia de virar uma Mona Lisa deitada?”, questiona. “Então vai ter que passar tinta na capela Sistina inteira, porque tem anjos com o sexo à mostra.”
O Palácio Museu Olímpio Campos foi sede do governo do estado nos séculos 19 e 20. Em 1985, foi tombado como um dos mais significativos monumentos da arquitetura oficial. “Eu amo o museu. Aproveitei que, pensando que não ia vir abaixo, como todo nosso patrimônio brasileiro, que desmorona, para tirar logo as minhas fotos.”
Coutinho defende o ensaio como “completamente artístico, bonito, de muito bom gosto, e que criou na cidade uma comoção pública desnecessária”. Além disso, revela que está exausto com a repercussão que o ato provocou. “As pessoas detonaram essas fotos na net, virou trending topic. Porque durante 20 anos de literatura, morei com Hilda Hilst, escrevi para o Clodovil, ninguém nunca falou nada da minha poesia?”, critica.
“Mas serviu para a sociedade discutir conceito de arte. Agora depois de uma mulher na Presidência do Brasil, as pessoas ainda vêm discutir nu artístico? É para se discutir liberdade de expressão”, diz ele. E manda um recado àqueles que têm curiosidade de ver suas fotografias: “As pessoas devem abrir a cabeça e introduzir um pouco mais de modernidade, mas não o conceito da palavra gasta, e sim, algo que vai modificar o conceito de sociedade. Parece que nós sempre estamos levando alguém para a fogueira”, completa.
Segurança do museu
A Secretaria da Casa Civil de Sergipe informou que o local sofreu ampla reforma a partir de 2007, por determinação do governador Marcelo Déda, e foi inaugurado em 21 de maio de 2010, com 13 câmeras de segurança e vigilantes em regime de 24 horas. Assim, conclui, preliminarmente, que as fotos somente podem ter sido tiradas quando o local ainda era apenas um prédio fechado, antiga sede de governo.
A secretaria diz que, para esclarecer os fatos, abriu sindicância interna e encaminhou as fotografias e textos retirados das redes sociais à Procuradoria Geral do Estado, que deve apurar responsabilidades. Informou também que, atualmente, as visitas são acompanhadas por guias do Palácio Museu e as fotografias são permitidas apenas na fachada do prédio e no térreo.
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