Com muita tensão, confusão e homenagem a Sócrates, o Corinthians é campeão brasileiro de 2011
A emoção daqueles quatro minutos após o final do jogo entre Corinthians e Figueirense em Florianópolis
agora é eterna. Uma semana depois e após 90 minutos de tensão contra
seu maior rival, o Corinthians empatou com o Palmeiras por 0 a 0 com
direito a muita confusão nos minutos finais e é o campeão brasileiro de
2011. Não tem mais volta, não tem mais bala Juquinha, não tem mais Vasco
ou rival nenhum para tentar atrapalhar. O Palmeiras tentou, mas não
adiantou. O Corinthians é pentacampeão brasileiro no dia que perdeu um de seus maiores ídolos: Sócrates.
Especial Corinthians campeão: Conheça todos os heróis do pentacampeonato brasileiro
As homenagens ao “Doutor” tomaram conta do Pacaembu
antes da partida. Foram faixas levadas ao gramado pelo Corinthians e
nas arquibancadas pelas torcidas. Centenas de camisas “8” foram vistas
pelo estádio. Antes de a bola rolar, um momento de muita emoção tomou
conta do Pacaembu. O minuto de silêncio foi tomado por um grito uníssono
do nome de Sócrates com milhares de corintianos de punho cerrado no
alto.
A taça que será erguida nesta segunda-feira na festa da CBF para os
melhores do Brasileirão em São Paulo se juntará àquelas conquistadas em
1990, 1998, 1999 e 2005. Esta porém é especial. Diferente das outras
conquistas, esta foi alcançada no local que o corintiano aprendeu a
chamar de lar. O Pacaembu se derramou em lágrimas de alegria dos mais de
37 mil corintianos que viram o time do povo, como eles gostam de chamar
o Corinthians, chegar ao seu primeiro título nacional conquistado no
estádio.
O jogo
Sem compromisso, o Palmeiras foi melhor nos primeiros 45 minutos de jogo. Parando as ações corintianas com faltas pontuais na intermediária, o time visitante construiu uma forma segura de chegar ao ataque. Aproveitou-se do claro nervosismo do Corinthians para levantar a bola na área corintiana e esperar por uma falha da defesa.
O resultado era bom para o Corinthians, ainda garantia o título.
Talvez por isso o time de Tite pouco se arriscou. Wallace, jogando como
volante, teve dificuldades na marcação de Valdivia e com algumas faltas
na intermediária o Palmeiras foi chegando, mas sem muito perigo. O
Palmeiras arriscou sete bolas no gol, nenhuma no alvo.
Quando o Vasco abriu o placar contra o Flamengo no Rio, aos 29
minutos do 1º tempo, a informação correu rápida entre os torcedores nas
arquibancadas, mas o gol do ex-palmeirense Diego Souza não foi avisado
no placar eletrônico do estádio como foram todos os outros jogos da
rodada. O Corinthians seguia na mesma toada. O 0 a 0 era favorável.
Deola foi um espectador no primeiro tempo. Sem mobilidade, preso à
marcação, o Corinthians não chegou com perigo ao gol rival. Os únicos
chutes contra a meta palmeirense partiram dos pés de Alex em chutes de
fora da área, todos por cima. Só nos acréscimos, numa trama com
Alessandro e Willian pelo lado direito de ataque, o Corinthians invadiu a
área. O lateral tocou para o atacante que se embananou e não conseguiu o
chute. A bola sobrou para Jorge Henrique, que bateu para fora. Foram
apenas três chutes a gol no primeiro tempo.
As equipes não foram alteradas na volta do intervalo, mas o jogo
mudou logo de cara. Mais incisivo no ataque, o Corinthians conseguiu
logo aos dois minutos o primeiro chute para defesa de Deola na partida.
Willian chutou fraco, mas o lance foi simbólico. Tudo mudou a partir
dali.
Aos cinco minutos, Valdivia que fazia um bom jogo, desentendeu-se com
Jorge Henrique, deixou o braço no corintiano e foi expulso. Alguns
minutos depois, o gol do Flamengo de Renato Abreu correu de boca a boca e
a festa corintiana pareceu que ficaria menos sofrida. Só pareceu.
O Palmeiras acertou a trave do Corinthians com Fernandão em cabeçada
depois de cruzamento de Marcos Assunção. Alguns minutos depois, com o
Palmeiras muito bem com as alterações feitas por Luiz Felipe Scolari
(entraram Fernandão, João Vitor e Maikon Leite), o Corinthians também
perdeu um jogador por expulsão. Enquanto a torcida organizada ostentava
uma faixa já comemorando o título brasileiro, aos 30 minutos do 2º
tempo, Wallace, aposta de Tite para substituir Ralf entrou de forma
violenta em Maikin Leite e também recebeu o cartão vermelho.
Depois da expulsão do corintiano, Tite resolveu fechar o time. Chicão
entrou no lugar de Willian logo depois da saída de Wallace. Aos 41
minutos, saiu Liedson e entrou Edenílson. O placar era favorável. O
empate no Rio também ajudava. Era questão de minutos. Não é mais. O
Corinthians é campeão brasileiro mais uma vez. Ainda teve tempo de Jorge
Henrique provocar o Palmeiras e levar uma rasteira de João Vitor, que
também foi expulso. Uma confusão generalizada se formou, mas só adiou o
que estava escrito em 27 das 38 rodadas do Brasileirão. O Corinthians é o
líder. O Corinthians é o campeão brasileiro de 2011.
FICHA TÉCNICA - CORINTHIANS 0 x 0 PALMEIRAS
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 4 de dezembro de 2011, domingo
Horário: 17h (de Brasília)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 4 de dezembro de 2011, domingo
Horário: 17h (de Brasília)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho e Marcelo Carvalho Van Gasse
Cartões Amarelos: Alex, Jorge Henrique, Alessandro, Liedson, Chicão (COR); Patrik, Leandro Amaro, João Vitor (PAL)
Cartões vermelhos: Wallace, Leandro Castán (COR); Valdivia e João Vitor (PAL)
Renda: R$ 1.326.367,00
Público: 36.708 pagantes
CORINTHIANS: Julio Cesar; Alessandro, Paulo André,
Leandro Castán e Fábio Santos; Wallace, Paulinho e Alex; Jorge Henrique
(Moradei), Willian (Chicão) e Liedson (Edenílson). Técnico: Tite.
PALMEIRAS: Deola; Cicinho (Maikon Leite), Thiago
Heleno, Leandro Amaro e Gerley; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Patrik
(João Vitor) e Valdivia; Luan e Ricardo Bueno (Fernandão). Técnico: Luiz Felipe Scolari.
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