20 anos sem Freddie Mercury
Londres - O aniversário de 20 anos da morte de Freddie Mercury, vítima de Aids, é lembrado nesta quinta-feira (24), mas a estrela do carismático líder do Queen brilha com mais força do que nunca e seus companheiros continuam vivendo de seus antigos sucessos.
A mítica banda de rock britânica, que completa este ano 40 anos, está
entre as que venderam mais discos em todos os tempos, cerca de 300
milhões, segundo fontes, a maioria nas últimas duas décadas.
O guitarrista do Queen, Brian May, e o baterista, Roger Taylor, têm
mais trabalho do que nunca e algumas músicas de Mercury, como "Boehmi
Rhapsody" e "Don't Stop me Now", se tornaram clássicos.
Nos anos após a morte do cantor, que para o jornal britânico The
Independent "pareceu apenas um susto na carreira", o valor do Queen
subiu muito e diversos artistas o citam entre suas influências,
incluindo Lady Gaga, Robbie Williams e Muse.
Mercury morreu aos 45 anos em sua casa em Londres, no dia 24 de
novembro de 1991, em consequência de uma broncopneumonia causada pela
Aids, enfermidade que tinha sido diagnosticada vários anos antes.
Seus admiradores lembram-se dele por suas cativantes atuações ao vivo,
sua surpreendente voz e por hits inesquecíveis como "We are the
Champions", hino inevitável de qualquer final esportiva, "Killer Queen",
"Crazy Little Thing Called Love" ou "Barcelona", interpretada em dueto
com a soprano espanhola Monserrat Caballé.
O musical "We Will Rock You", que estrou em 2002, continua cheio em
todas as suas apresentações em Londres e foi montado em vários países. O
interesse que Mercury desperta impulsionou a produção de um filme
biográfico, protagonizado pelo excêntrico Sacha Baron Cohen (intérprete
de "Borat") e que se concentrará nos anos anteriores à extraordinária
apresentação do Queen no show Live Aid, em Londres, em 1985.
"Mesmo que não esteja fisicamente presente, sua presença parece mais
poderosa do que nunca", escreveu May em um blog em setembro, pelo que
seria o 65º aniversário de Mercury. "Devorava a vida. Comemorava cada
minuto. E, como um grande cometa, deixou uma estrela luminosa que
brilhará durante muitas gerações", acrescentou na ocasião.
Um dia antes de morrer, Mercury confirmou em um comunicado que tinha
Aids. Em menos de 24 horas, entrou em coma e morreu, depois de ter
conservado sua doença em segredo, sem nunca expressar seu sofrimento.
Mercury disse em uma entrevista em 1987 que não tinha medo de se tornar
um velho de 70 anos rico e solitário. "Vivi uma vida plena e se
morresse amanhã, não me importaria. Fiz realmente de tudo", disse.
Nascido como Farrokh Bulsara, no dia 5 de setembro de 1946, em uma
família indiana que morava em Zanzibar e educado em um internato de
estilo inglês na Índia, o tímido adolescente chegou a Londres quando sua
família fugiu da revolução no pequeno país africano em 1964.
Sua imagem mais clássica é com uma jaqueta de estilo militar amarela e
calça branca que usou durante a turnê de 1986, bigode e o punho no alto,
na pose imortalizada em estátua erguida em sua homenagem na cidade
suíça de Montreux, às margens do lago Genebra.
Passado o luto, os três colegas da banda produziram músicas inteiras
com pedaços da voz de Mercury que ele, já gravemente enfermo, tinha
gravado em 1991, durante as preciosas horas em que recuperava alguma
vitalidade. O álbum resultante, "Made in Heaven", lançado em 1995, se
tornou um dos mais famosos do Queen.
Para os integrantes da banda, enfrentar a vida sem Mercury não foi
fácil. May mergulhou em uma profunda depressão, depois de perder também
seu pai e após o fim de seu casamento, e pensou em suicídio.
Taylor, assim como May, produziu alguns álbuns solo nos anos 1990, mas
apesar dos esforços para se distanciar do Queen, aprendeu a viver com a
lenda. O baixista John Deacon se aposentou em 1997, embora seus
companheiros tenham sua benção para seguir em frente.
O lançamento de "We Will Rock You", que foi visto por 13 milhões de
pessoas no mundo, deu a eles uma nova vida ao oferecer aos fãs uma volta
a todos os seus grandes sucessos.
O Queen voltou a sair em turnê em 2005, desta vez com o ex-vocalista da
banda Free, Paul Rodgers, com quem gravaram o, até agora último, álbum
de estúdio "The Cosmos Rocks" (2008).
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