| |||||||||||||||||||
História
Desde os seus 12 anos, quando
jogava futsal no Santos, Neymar era tratado como uma joia no clube. Aos 14, foi
para as categorias de base ganhando salários compatíveis com os do time
principal e tinha todas as regalias possíveis. Tudo para segurar o novo rei das
pedaladas, tido como o sucessor de Robinho desde a sua infância.
Um ano depois, quando foi
convidado para conhecer as dependências do Real Madrid, o time paulista
ofereceu ainda mais benefícios ao jogador, e aumentou a multa de rescisão de
contrato, atualmente estimada em R$ 35 milhões. Apadrinhado por Robinho,
ex-Real, Neymar e sua família tampouco demonstraram interesse em sair do
Brasil.
Destaque do Santos na Copa São
Paulo de juniores em 2008, Neymar foi promovido para o time principal no ano
seguinte, e conseguiu espaço no time dirigido por Vagner Mancini. Com a chegada
de Vanderlei Luxemburgo, ele foi para o banco, porque o treinador o chamava de filé
de borboleta, por causa do seu físico pouco avantajado.
Em 2010, o Santos do treinador
Dorival Júnior resolveu montar a equipe em torno das jovens promessas do clube:
Neymar e Paulo Henrique Ganso. E o atacante, já com 18 anos, deslanchou de vez.
Os golaços, os dribles e as jogadas de efeito ajudaram o time a conquistar o
título estadual. Neymar foi o artilheiro da equipe, com 14 gols.
Além do futebol alegre
demonstrado em campo, Neymar também se destacou pelo bom humor nas
comemorações, protagonizando boa parte das coreografias que marcaram a
conquista do Santos no Paulista de 2010. Pelo carisma e pelos resultados, o
atacante virou ídolo nacional e passou a faturar também com campanhas
publicitárias.
Às vésperas do Mundial, Neymar
ganhou o respaldo de nomes como Romário e Zico, que declararam publicamente que
convocariam o jogador para a seleção. O clamor público para que o técnico Dunga
o levasse para a Copa do Mundo motivou a criação de blogs, abaixo-assinados,
quadros televisivos e até um outdoor em Campo Grande.
| |||||||||||||||||||
Fotos | |||||||||||||||||||
O jogador falou sobre o peso de substituir Ronaldo na seleção e abriu o jogo sobre o filho previsto para nascer em setembro.
Neymar deu uma entrevista corajosa, franca e reveladora para Patrícia Poeta. Ele falou sobre o peso de substituir Ronaldo como "o cara" na seleção e abriu o jogo quando o assunto é o filho previsto para nascer em setembro.
Patrícia: Neymar, essa é a segunda vez que eu entrevisto você, e de lá para cá uma coisa muito importante aconteceu na sua vida: você vai ser pai. Qual foi a sua reação no primeiro momento quando você soube?
Neymar: Eu fiquei assustado. A primeira hora que ela falou, a gente pensa que não vai acontecer com a gente, pelo descuido que houve da nossa parte. A notícia foi um choque para a família inteira, mas agora é só felicidade. Agora é cuidar, dar amor e dar carinho. E ensinar a jogar bola.
Sabe se vai ser menino ou menina?
Neymar: Já sabe sim.
Patrícia: É menino ou menina?
Neymar: É menino.
Patrícia: Menino! Por isso que vai ensinar a jogar futebol.
Neymar: Vou ensinar a jogar futebol.
Patrícia: Já escolheu o nome?
Eu meio que queria colocar Mateus, porque meu nome era para ser Mateus. Mas a gente vai conversar com a mãe para ver se ela gosta do nome e a gente decide junto.
Patrícia: Escolha democrática.
Neymar: Escolha democrática.
Patrícia: A gente tem percebido que você tem tentado proteger de todas as formas a identidade da mãe. Eu vou fazer apenas uma pergunta você: que tipo de relação você pretende ter com ela?
Neymar: De dois amigos. De muita intimidade. A gente se fala todo dia. A gente conversa, eu pergunto o que ela está precisando.
Patrícia: Você visita ela de vez em quando?
Neymar: Visito, visito. A gente tem uma boa relação.
Patrícia: Quantos anos ela tem?
Neymar: Ela tem 17. Vai fazer 18 agora.
Patrícia: E você tem 19.
Neymar: Tenho 19.
Só 19 anos e um lugar de destaque já garantido no mundo dos adultos. A conta do sucesso começa a chegar.
Patrícia: Vamos falar de futebol agora?
Neymar: “Vambora”.
Patrícia: Como é que vocês dizem nos campos? Prepare-se que eu vou entrar de sola, é assim mesmo?
Neymar: Entrar de sola acho que é falta!
Patrícia: Então, não sei se eu vou cometer uma falta aqui. Deixa eu fazer uma pergunta para você. O Neymar é cai-cai?
Neymar: O Neymar não é cai-cai. Eu tento me manter em pé o máximo possível.
Patrícia: Você cai por quê?
Neymar: Por causa da força. Em geral, os zagueiros são bem mais fortes que os atacantes. No meu caso, acho que qualquer zagueiro é mais forte do que eu.
Do alto de seus 65 quilos, que Neymar se prepare, porque um país inteiro vai esperar cada vez mais dele. Ronaldo, por exemplo, ao se despedir da seleção, disse que o herdeiro deve mesmo ser o menino do Santos.
Patrícia: Eu acho que hoje não há dúvida que você é o sucessor dele na condição de grande ídolo do futebol brasileiro. Isso está claro na sua cabeça?
Neymar: Não está claro, não. (risos)
Patrícia: Está processando?
Neymar: Processando ainda. Assumir o lugar do Ronaldo não é mole. O Ronaldo é um craque, um gênio, um ídolo para todo mundo.
Neymar já se acostumou a uma estranha consequência da fama: quanto maior a idolatria, mais longe o ídolo fica desse "todo mundo".
Patrícia: De vez em quando você sente falta? De sair um pouco mais ou fazer coisas que garotos da sua idade fazem normalmente?
Neymar: Sentir falta, acho que... sente sim, mas é o preço que a gente paga de estar dando essa felicidade para todo mundo, jogando futebol, fazendo o que eu amo. Ir a um shopping não tem como, em uma sexta-feira, às 20h. Entrar eu vou entrar, sair vai ser meio difícil. (risos) Mas tem horas que eu arrisco, eu gosto de tumulto. Eu fui criado na favela, eu era da rua, ficava brincando, jogando bola com meus amigos. Eu gosto desse contato com o pessoal.
Patrícia: Quando as pessoas veem você nas ruas, o pouco que isso acontece, qual é a reação delas?
Neymar: Depende. Se for uma menina pequena, me abraça. Se for maior, já chora.
Patrícia: Ah, é? Chora e diz o quê para você?
Neymar: Não fala nada, só chora.
Patrícia: O que você sente quando vê um menininho assim chorando?
Neymar: Eu comecei a me acostumar agora, antes eu pensava: caramba, a menininha está chorando perto de mim, o que eu fiz para ela? (risos)
Patrícia: Para a gente encerrar a entrevista, vamos falar de um assunto muito importante? Topa? Esse cabelo aí.
Neymar tem estilo. Estilo moicano. Eu pedi ao Celso Kamura, cabeleireiro da presidente Dilma Rousseff, que sugerisse algumas alternativas caso o garoto queira ousar um pouquinho mais.
Patrícia: A gente já começa surpreendendo, olha só. Black Power.
Neymar: Não.
Patrícia: Não faz seu estilo.
Neymar: Não faz.
Patrícia: Está preparado para o próximo?
Neymar: Não sei.
Patrícia: Eu diria que é um estilo da turma do pagode.
Neymar: Esse aí a gente pode até pensar.
Patrícia: Gente.
Neymar: Esse aí, não.
Patrícia: Samurai.
Neymar: Samurai não dá. Esse aí está muito galã.
Patrícia: Galã da novela das 21h.
Neymar: Esse aí ficou diferente.
Patrícia: Aí é o seguinte. Fenômeno se aposentando dos campos, da seleção brasileira, Neymar o nosso novo ídolo. O Fantástico mandou essa sugestão para você, o que acha?
Neymar: Eu já usei.
Patrícia: Cascão, que você acha?
Neymar: Eu já usei.
Patrícia: Quantos anos você tinha?
Neymar: Dez, 11 anos.
Patrícia: Hoje você cortaria assim? Não mais?
Neymar: Ué, quem sabe uma homenagem para ele, né?
E quem sabe, daqui a uns anos, homenagear um campeão do mundo seja imitar o cabelo do Neymar.
Patrícia: Brincadeira à parte, com moicano, moicatrança, Cascão, seja lá o que for, o que a gente quer é você fazendo cada vez mais gols pelo Santos e também pela seleção brasileira, é claro. Uma ótima Copa América para você.
Patrícia: Neymar, essa é a segunda vez que eu entrevisto você, e de lá para cá uma coisa muito importante aconteceu na sua vida: você vai ser pai. Qual foi a sua reação no primeiro momento quando você soube?
Neymar: Eu fiquei assustado. A primeira hora que ela falou, a gente pensa que não vai acontecer com a gente, pelo descuido que houve da nossa parte. A notícia foi um choque para a família inteira, mas agora é só felicidade. Agora é cuidar, dar amor e dar carinho. E ensinar a jogar bola.
Sabe se vai ser menino ou menina?
Neymar: Já sabe sim.
Patrícia: É menino ou menina?
Neymar: É menino.
Patrícia: Menino! Por isso que vai ensinar a jogar futebol.
Neymar: Vou ensinar a jogar futebol.
Patrícia: Já escolheu o nome?
Eu meio que queria colocar Mateus, porque meu nome era para ser Mateus. Mas a gente vai conversar com a mãe para ver se ela gosta do nome e a gente decide junto.
Patrícia: Escolha democrática.
Neymar: Escolha democrática.
Patrícia: A gente tem percebido que você tem tentado proteger de todas as formas a identidade da mãe. Eu vou fazer apenas uma pergunta você: que tipo de relação você pretende ter com ela?
Neymar: De dois amigos. De muita intimidade. A gente se fala todo dia. A gente conversa, eu pergunto o que ela está precisando.
Patrícia: Você visita ela de vez em quando?
Neymar: Visito, visito. A gente tem uma boa relação.
Patrícia: Quantos anos ela tem?
Neymar: Ela tem 17. Vai fazer 18 agora.
Patrícia: E você tem 19.
Neymar: Tenho 19.
Só 19 anos e um lugar de destaque já garantido no mundo dos adultos. A conta do sucesso começa a chegar.
Patrícia: Vamos falar de futebol agora?
Neymar: “Vambora”.
Patrícia: Como é que vocês dizem nos campos? Prepare-se que eu vou entrar de sola, é assim mesmo?
Neymar: Entrar de sola acho que é falta!
Patrícia: Então, não sei se eu vou cometer uma falta aqui. Deixa eu fazer uma pergunta para você. O Neymar é cai-cai?
Neymar: O Neymar não é cai-cai. Eu tento me manter em pé o máximo possível.
Patrícia: Você cai por quê?
Neymar: Por causa da força. Em geral, os zagueiros são bem mais fortes que os atacantes. No meu caso, acho que qualquer zagueiro é mais forte do que eu.
Do alto de seus 65 quilos, que Neymar se prepare, porque um país inteiro vai esperar cada vez mais dele. Ronaldo, por exemplo, ao se despedir da seleção, disse que o herdeiro deve mesmo ser o menino do Santos.
Patrícia: Eu acho que hoje não há dúvida que você é o sucessor dele na condição de grande ídolo do futebol brasileiro. Isso está claro na sua cabeça?
Neymar: Não está claro, não. (risos)
Patrícia: Está processando?
Neymar: Processando ainda. Assumir o lugar do Ronaldo não é mole. O Ronaldo é um craque, um gênio, um ídolo para todo mundo.
Neymar já se acostumou a uma estranha consequência da fama: quanto maior a idolatria, mais longe o ídolo fica desse "todo mundo".
Patrícia: De vez em quando você sente falta? De sair um pouco mais ou fazer coisas que garotos da sua idade fazem normalmente?
Neymar: Sentir falta, acho que... sente sim, mas é o preço que a gente paga de estar dando essa felicidade para todo mundo, jogando futebol, fazendo o que eu amo. Ir a um shopping não tem como, em uma sexta-feira, às 20h. Entrar eu vou entrar, sair vai ser meio difícil. (risos) Mas tem horas que eu arrisco, eu gosto de tumulto. Eu fui criado na favela, eu era da rua, ficava brincando, jogando bola com meus amigos. Eu gosto desse contato com o pessoal.
Patrícia: Quando as pessoas veem você nas ruas, o pouco que isso acontece, qual é a reação delas?
Neymar: Depende. Se for uma menina pequena, me abraça. Se for maior, já chora.
Patrícia: Ah, é? Chora e diz o quê para você?
Neymar: Não fala nada, só chora.
Patrícia: O que você sente quando vê um menininho assim chorando?
Neymar: Eu comecei a me acostumar agora, antes eu pensava: caramba, a menininha está chorando perto de mim, o que eu fiz para ela? (risos)
Patrícia: Para a gente encerrar a entrevista, vamos falar de um assunto muito importante? Topa? Esse cabelo aí.
Neymar tem estilo. Estilo moicano. Eu pedi ao Celso Kamura, cabeleireiro da presidente Dilma Rousseff, que sugerisse algumas alternativas caso o garoto queira ousar um pouquinho mais.
Patrícia: A gente já começa surpreendendo, olha só. Black Power.
Neymar: Não.
Patrícia: Não faz seu estilo.
Neymar: Não faz.
Patrícia: Está preparado para o próximo?
Neymar: Não sei.
Patrícia: Eu diria que é um estilo da turma do pagode.
Neymar: Esse aí a gente pode até pensar.
Patrícia: Gente.
Neymar: Esse aí, não.
Patrícia: Samurai.
Neymar: Samurai não dá. Esse aí está muito galã.
Patrícia: Galã da novela das 21h.
Neymar: Esse aí ficou diferente.
Patrícia: Aí é o seguinte. Fenômeno se aposentando dos campos, da seleção brasileira, Neymar o nosso novo ídolo. O Fantástico mandou essa sugestão para você, o que acha?
Neymar: Eu já usei.
Patrícia: Cascão, que você acha?
Neymar: Eu já usei.
Patrícia: Quantos anos você tinha?
Neymar: Dez, 11 anos.
Patrícia: Hoje você cortaria assim? Não mais?
Neymar: Ué, quem sabe uma homenagem para ele, né?
E quem sabe, daqui a uns anos, homenagear um campeão do mundo seja imitar o cabelo do Neymar.
Patrícia: Brincadeira à parte, com moicano, moicatrança, Cascão, seja lá o que for, o que a gente quer é você fazendo cada vez mais gols pelo Santos e também pela seleção brasileira, é claro. Uma ótima Copa América para você.
Neymar: Obrigado.
Patrícia: E obrigada pela conversa. Vou deixar você encerrar a nossa entrevista, eu sei que você gosta do nosso tchau, do nosso tchauzinho.
Neymar dá tchau.
Patrícia: Ele faz direitinho! Valeu, Neymar.
Neymar: Tchau para vocês!